Conselhos de líderes para conquistar sucesso na carreira

Livro “Diálogos com CEOs – Conversas que Transformam” relata experiências e traz ensinamentos de quem lida, diariamente, com grandes mudanças

Larissa Naomy
Compartilhe esta publicação:

Nada mais inspirador do que histórias de quem chegou lá: a trajetória, o objetivo principal, as dificuldades, os modelos seguidos. Lançado no último dia 5 pela Corall Consultoria, o livro “Diálogos com CEOs – Conversas que Transformam”, reúne 20 conversas com grandes líderes sobre sua jornada no mundo dos negócios.

Acessibilidade


LEIA MAIS: 11 dicas da neurociência para programar o seu cérebro para o sucesso

Realizadas ao longo do ano passado, as entrevistas foram feitas por cinco sócios da consultoria: Fabio Betti, José Luiz Weiss, Ney Simone, Mauricio Goldstein e Vicente Gomes. “Há uma safra de CEOs brasileiros de várias idades e origens pensando diferente sobre os negócios e a necessidade de transformá-los. O livro revela um pouco da trajetória, do propósito, das inspirações e dos modelos de gestão que têm ajudado esses líderes a liberar a potência de suas organizações e, assim, lidar melhor com os desafio de um mundo a cada dia mais VUCA [sigla em inglês para Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo]”, afirma Fabio Betti.

Veja, na galeria de fotos a seguir, 13 conselhos extraídos da obra e destacados por Fabio para quem quer se tornar um grande líder e comandar transformações:

  • 1. O relacionamento e o diálogo precisam ser claros e horizontais

    “O CEO, geralmente, é tratado como uma não-pessoa, alguém que eventualmente não tem sentimentos”, afirma Fabio sobre a importância de um diálogo aberto, claro e horizontal. “Quando falamos deles, imaginamos pessoas inatingíveis, sentadas em cima de uma montanha, olhando tudo o que está acontecendo no mundo e apertando botões.”

    Esse tipo de mentalidade pode, consequentemente, gerar isolamento e afastamento dos empresários. Portanto, manter um diálogo claro e direto é algo que contribui para construir um relacionamento com confiança e transparência em relação às intenções, ideias e pensamentos de todos, além de criar laços muito mais significativos.

  • 2. A importância de conversas transformadoras

    O diálogo é uma chave essencial para o sucesso – principalmente quando tem um propósito. Segundo Fabio, “uma conversa transformadora só tem chance de acontecer em um espaço onde o que está presente é a confiança, e não a desconfiança”. Por isso, é crucial que haja transparência tanto da parte dos CEOs quando da parte dos parceiros, colaboradores e, inclusive, da imprensa.

    Ao gerar impacto e inspiração, as conversas transformadoras são essenciais para o bom desenvolvimento profissional e de uma organização. “Primeiro, é necessário estabelecer um espaço onde você não tenha uma agenda oculta para falar com ele [o CEO]. As conversas precisam ser um espaço positivo, onde ambos cresçam e troquem experiências e conhecimento”, completa Fabio.

  • 3. Adquira o máximo de experiências possíveis antes de trocar de emprego

    O primeiro entrevistado do livro é Romero Rodrigues, fundador do Buscapé e sócio do fundo Redpoint eventures. Surpreendentemente, o empresário, que tem muito conhecimento sobre o mundo das startups, acredita que as pessoas – especialmente as mais jovens – não devem pular tanto de emprego sem antes recolher o máximo de conhecimento.

    Para Rodrigues, essa nova tendência, surgida no mundo dos negócios, de que é 100% positivo mudar de emprego com grande frequência não ajuda as pessoas a realizarem coisas concretas.

    Com anos de experiência na área de tecnologia, o empreendedor percebeu certa falta de conteúdo por parte das pessoas que não têm tempo de vivenciar algo realmente significativo dentro de uma empresa, para depois, então, contar uma história. “Ele sugere que quem pula rápido de emprego e vai de um lugar para o outro com muita frequência, tenha um pouco mais de resiliência, e tire primeiro algum ensinamento antes de partir para uma nova experiência ou uma nova jornada”, afirma Fabio.

  • 4. Você não precisa necessariamente amar o que faz

    Outra personalidade presente no livro é Andréa Rolim, gerente geral da Yum! Brands, empresa proprietária de marcas como a Pizza Hut. E, surpreendentemente, a empresária afirma que você não precisa amar o que faz. Apesar de a afirmação estar na contramão de tudo que se prega em termos de trajetória profissional, ela diz que essa é uma ideia um pouco ilusória.

    É claro que você precisa pelo menos gostar do seu trabalho, mas, depois de anos de experiência, Andréa acredita que é possível não ser apaixonado pelo seu emprego e, mesmo assim, crescer e evoluir muito com ele.

  • Anúncio publicitário
  • 5. A crise pode ser um momento de grandes oportunidades

    Muitos dos empresários que participaram do livro concordam que a crise também pode nos ensinar a fazer algo diferente. “Escolher uma organização que não está no seu melhor momento também é uma evolução e um aprendizado. É como aquela onda gigante que você entra e pega exatamente no lugar certo”, diz Fabio.

    Apesar de as grandes empresas multinacionais não estarem aparentemente em crise, muitas outras estão passando por algumas dificuldades nesse momento de instabilidade do país. “Muitas pessoas não querem ter relação com essas organizações, e esse é exatamente o melhor momento para ajudar as empresas e fazer algo memorável que realmente faça a diferença, porque a crise tem esse poder impulsionador”, afirma Fabio.

  • 6. A crise também é um bom momento para refletir

    Esse período de dificuldade também é um excelente momento para refletir e descobrir qual é o seu real propósito como líder e qual o propósito da sua organização.

    Apesar disso, de acordo com outro CEO do livro, José Carlos Magalhães Neto, fundador e presidente do conselho da Tarpon Investimentos, não é possível “inventar” um propósito. Ele diz que isso é algo que precisa ser descoberto e que, com o passar do tempo e da sua evolução, as metas de cada empresa mudam, para dar espaço a outros objetivos. Enfim, a a crise é um bom momento para refletir.

  • 7. Os modelos de gestão horizontais e o lucro como consequência

    Mario Kaphan, cofundador da Vagas, um dos maiores sites de busca de empregos, adotou há muito tempo um modelo de gestão horizontal, ou seja, não há chefes na empresa. No livro, ele conta que não tem como objetivo principal o lucro – mas mesmo assim a taxas de dois dígitos há 17 anos.

    De acordo com o executivo, a meta não são os ganhos, mas sim o crescimento – o que resulta no lucro. Para ele, o resultado financeiro é apenas uma consequência de determinados valores que têm um propósito maior e que faz sentido para as pessoas e para o mundo.

  • 8. Trabalhe com pessoas que pensam de modo parecido com você

    Muita gente acha que é preciso trabalhar com pessoas que pensem diferente. Antônio Bastos, CEO da Omega Energia, não concorda. Ele diz que não há problema em trabalhar com uma pessoa que pense diferente de você, mas o essencial é trabalhar com alguém que compartilhe das mesmas crenças e visões de mundo que você.

    É claro que é muito importante ter uma equipe diversa, com pessoas de diferentes áreas e ideias variadas, já que assim é possível reunir conhecimentos distintos e complementares. Mas ter pessoas que compartilham de um propósito comum trabalhando com você é essencial para a harmonia e o sucesso.

  • 9. Seja um “líder servidor”

    “Independentemente de a empresa ser hierárquica ou não, é essencial que um CEO ou um chefe saiba que ele não entrega nada, quem entrega é a sua equipe”, afirma Fabio. Portanto, o seu trabalho é promover os recursos para “desbloquear” o caminho da equipe para que ela faça o melhor trabalho possível. Em resumo, ele precisa ser um “líder servidor”.

    “Muitos líderes, por estarem presos em estilos antigos de gestão, ainda se prendem ao velho modelo de liderança, onde os funcionários são rigidamente controlados”, afirma Fabio. “Mas o que foi relatado no livro foi o contrário disso. É o líder quem traz inspiração, propósito e visão de futuro.”

  • 10. Não tenha medo de mudar de estratégia

    Como o mercado é extremamente volátil, muitas pessoas reclamam quando seu líder ou sua organização mudam de estratégia. “Os colaboradores acham que a empresa não sabe o que quer. Mas, na realidade, ela está dizendo para as pessoas que está viva e agindo rapidamente em relação ao seu contexto e ao mercado. Essa é a capacidade de adaptação rápida”, completa Fabio.

    Portanto, as pessoas não devem ter medo das adaptações. “Cuidado para não seguir um plano – você tem que seguir a vida”, brinca ele.

  • 11. Tenha cuidado com o ego no mercado de trabalho

    Um dos CEOs mais novos do livro, Alexandre “Bio” Veiga, da plataforma de agronegócio Agvali, trouxe a questão do ego para a obra. “Ele alerta que, apesar de os jovens empreendedores estarem fazendo muitas coisas para mudar o mundo, ele ainda não mudou. Ou seja, é preciso manter o ego sob controle e não ser muito apegado”, diz Fabio. “Às vezes o que você precisa fazer é arrumar o que está sujo. Limpar o banheiro antes de cuidar do jardim.”

    Essa dica é muito útil para quem está entrando agora no mercado de trabalho e já quer mudar o mundo. Isso acaba fazendo com que essas pessoas não queiram lidar com as partes mais “chatas” das organizações.

  • 12. Busque conversas one-on-one e evite a comunicação rasa

    Com toda a tecnologia dos dias atuais, a comunicação rasa é algo cada vez mais frequente na vida das pessoas – e isso não ajuda o pensamento estratégico. Alexandre Hohagen, que já foi CEO da América Latina da Google e do Facebook e atualmente está na agência de marketing Nobox, fala no livro sobre a importância de conversas “one-on-one”, ou seja, encontros ou reuniões onde um líder se encontra com algum colaborador, funcionário ou parceiro para simplesmente conversar.

    Esses papos, simples e abertos, podem fortalecer laços, aumentar o respeito e, ainda, criar uma profunda conexão entre ambas as partes – e essa confiança é crucial para o bom desenvolvimento de uma empresa e de uma carreira.

  • 13. Cerque-se de pessoas sinceras

    Rafael Santana, CEO da GE na América Latina, traz uma visão que é essencial para uma boa gestão: um líder precisa se cercar de pessoas que falam o que pensam – e não o que ele quer ouvir. E isso serve para ambos os lados, tanto para as pessoas que trabalham com esses líderes, quanto para os próprios CEOs.

    Ou seja: se você é um CEO, procure pessoas que realmente emitam sua opinião, mesmo que ela seja contrária a sua. Mas se você não é só um profissional em busca de uma carreira promissora, diga aquilo em que acredita e o que vê e não o que acha que os outros querem ouvir.

1. O relacionamento e o diálogo precisam ser claros e horizontais

“O CEO, geralmente, é tratado como uma não-pessoa, alguém que eventualmente não tem sentimentos”, afirma Fabio sobre a importância de um diálogo aberto, claro e horizontal. “Quando falamos deles, imaginamos pessoas inatingíveis, sentadas em cima de uma montanha, olhando tudo o que está acontecendo no mundo e apertando botões.”

Esse tipo de mentalidade pode, consequentemente, gerar isolamento e afastamento dos empresários. Portanto, manter um diálogo claro e direto é algo que contribui para construir um relacionamento com confiança e transparência em relação às intenções, ideias e pensamentos de todos, além de criar laços muito mais significativos.

Compartilhe esta publicação: