5 melhores chairmen do Brasil em 2015

Do Grupo Boticário ao Itaú Unibanco, estes nomes têm em comum um novo jeito de liderar

Alex Ricciardi e Françoise Terzian
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Quem são os melhores gestores de empresas do país? Para responder a essa pergunta, FORBES Brasil encaminhou um questionário a 18 especialistas, incluindo consultorias, especialistas em governança corporativa e outras empresas que, de uma forma ou de outra, estão informadas sobre o comportamento das empresas e de seus líderes.

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Os votos (secretos) trouxe uma lista de cinco presidente de conselho. Veja na galeria de fotos:

  • Abilio Diniz

    Empresa: BRF

    “Eu não tenho sonho não realizado, senão teria realizado”, afirmou Abilio Diniz, no final de 2014, em uma entrevista exclusiva à FORBES Brasil. A frase, emblemática, define bem o estilo determinado, disciplinado e agressivo de um dos mais admirados e comentados empresários brasileiros. Após perder o controle do Grupo
    Pão de Açúcar e deixar o negócio, Diniz deu a volta por cima e surpreendeu o mercado ao comprar ações da BRF, companhia resultante da fusão da Sadia com a Perdigão.

    Em pouco tempo, foi eleito presidente do conselho de administração da gigante dos alimentos e deu início a uma revolução marcada pela chegada de Cláudio Galeazzi, o famoso CEO da reestruturação, à companhia. Mudanças importantes foram feitas na operação e, cerca de dois anos depois, o lucro da BRF explodiu. Para quem pensa que Diniz parou por aí, outra surpresa chacoalhou o mercado. O empresário que se fez no varejo supermercadista comprou, nos últimos meses, 2,4% das ações do francês Carrefour e ganhou um assento no conselho da filial brasileira.

    No dia 9 de abril, uma novidade: o empresário dobrou sua participação, passando a deter 5,07% do capital social do Carrefour S.A. O movimento foi feito por sua Península (investment office da família de Diniz, que administra mais de R$ 10 bilhões em ativos), que hoje ocupa a posição de quarto maior acionista da companhia francesa, após os grupos Arnault e Motier (família Moulin) e do fundo de investimento Colony Capital. Há quem diga que a ambição de Diniz não para por aí, embora a Península garanta não ter a intenção de aumentar ainda mais sua participação no Carrefour S.A. Será?

    Como já disse Diniz à FORBES Brasil, “não basta ser good, tem que ser great. Menos desculpas e mais ações. No meu vocabulário não existe a frase ‘não dá para ser bom em tudo’”, garantiu o empresário há mais de dez anos longe de cargos executivos. Mas, como o mercado mesmo presenciou, mais ativo do que nunca.

  • André Esteves

    Empresa: BTG Pactual

    A sigla BTG significa Banking and Trading Group. Porém, mais de uma vez o chairman e também CEO da instituição, André Esteves, brincou que na verdade tais letras são as iniciais da frase “Better Than Goldman” – ou seja, “Melhor que o Goldman”. No caso, a referência é ao americano Goldman Sachs, considerado o mais importante banco de investimentos do mundo. De fato, o BTG Pactual (nome completo da empresa) é hoje o maior banco de investimentos independente da América Latina e só tem feito crescer desde setembro de 2009, quando Esteves e outros executivos o criaram em sua forma atual.

    Nascido em 1969 no Rio de Janeiro em uma família de classe média, Esteves formou-se em ciências da computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Seu estilo de gestão baseia-se sobretudo no conceito de meritocracia: os maiores ganhos de seus funcionários geralmente não vêm dos salários, mas de bônus periódicos atrelados à geração de resultados. Aqueles que mais se destacam viram sócios do banco. Esteves já definiu no passado o BTG nos seguintes termos: “Nosso papel é ser o óleo da engrenagem da economia brasileira”.

    Depois de ter chegado à condição de bilionário antes dos 40 anos, o executivo enfrenta hoje aquele que talvez seja o maior desafio de sua carreira: superar as dificuldades da economia do país e, principalmente, os impactos que a crise do setor de óleo e gás possam ter nos números de seu grupo. Ele, porém, não se abala (“Quem investe em exploração de petróleo tem de estar preparado para altos retornos e eventuais decepções”, disse certa vez).

    Agora, todos os olhos do mundo das finanças nacionais estão voltados para Esteves, à espera de que, mais uma vez, ele os surpreenda.

  • MIguel Krigsner

    Empresa: Grupo Boticário

    De fala doce e olhar sereno, o empresário Miguel Krigsner, 65 anos, não poderia ter enveredado por outro setor que não fosse o da beleza. Fundador da marca O Boticário e hoje presidente do conselho de administração do Grupo Boticário (negócio composto por quatro marcas: O Boticário, Eudora, quem disse, Berenice? e The Beauty Box), Miguel nasceu em La Paz, na Bolívia, é formado em farmácia e bioquímica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR)
    e um visionário. Desde cedo prestava mais atenção nas mulheres que a média dos homens e acabou virando o maior vendedor de perfumes do país.

    Dizem que ele fundou uma pequena farmácia de manipulação no centro de Curitiba (PR)
    com apenas US$ 3 mil, que tiveram que ser emprestados de um tio.
    E essa é parte da história por trás da criação de fragrâncias históricas como Acqua Fresca e Thaty, de O Boticário, que ganharam o país com a ajuda de um modelo de expansão de lojas por franquias. Hoje são cerca de 3,9 mil pontos de vendas espalhados por mais de 1,7 mil municípios em todo território nacional e presença em oito países.

    Em 2010, quando O Boticário completou 33 anos de existência, Krigsner deu um importante passo para o negócio: foi além da marca-mãe e resolveu transformar a empresa de uma marca só em um grupo. Isso resultou na construção de novas bandeiras e na entrada até no modelo de vendas diretas.

    Hoje, são várias marcas e linhas em desenvolvimento e cerca de 7 mil funcionários que atuam no Paraná, em São Paulo e na Bahia. O presidente-executivo do grupo hoje é Artur Grynbaum.

    Como chairman, Krigsner consegue dividir seu tempo entre questões poéticas e racionais. Enquanto mergulha no universo dos aromas e dos desenhos de embalagens, não descuida dos números do grupo, que cresceu 16% em 2014, fechando o ano com receita de R$ 9,3 bilhões.

  • Pedro Luiz Barreiros

    Empresa: Totvs

    Ele é formado em engenharia de produção pela Escola Politécnica da USP e em administração de empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em uma companhia de cosméticos, a Natura, construiu sua carreira; e é na qualidade de chairman da maior fabricante brasileira de softwares empresariais, a Totvs, que Pedro Passos foi escolhido por FORBES Brasil como um dos melhores presidentes de conselho do país.

    “A razão de ser da Totvs é o cliente, para quem fornecemos soluções e plataformas inovadoras e globais, que o conectam com os desafios do nosso tempo. Em seu conselho de administração, meu papel é analisar políticas e estratégias para a companhia, estabelecendo as diretrizes básicas à ação executiva”, diz Passos.

    Embora hoje se destaque em um grupo de TI, ele não se esquece de suas origens profissionais: “Construí boa parte de minha trajetória na Natura. Lá tive a oportunidade de trabalhar com profissionais admiráveis, e junto com eles formei uma rede de pessoas conectadas pelo interesse comum de erguer um futuro diferente – um mundo equilibrado, com uma sociedade mais justa, inclusiva e solidária. Tínhamos um sonho grande, nos permitimos o risco, erramos algumas vezes, acertamos em tantas outras e sempre apostamos fortemente no Brasil”.

    O executivo comanda o conselho da Totvs desde 2013 — mas não só: em 2009 tornou-se presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) e também em 2013 assumiu a liderança da Fundação SOS Mata Atlântica. Questionado sobre as melhores características da Totvs, Passos responde: “A força da inovação e o empreendedorismo de seus criadores.

    A companhia aposta em líderes antenados com o espírito de seu tempo, comprometidos e abertos para riscos”. E o executivo arremata: “Tem sido gratificante em minha carreira poder colaborar com empresas importantes do cenário brasileiro, e também com instituições do terceiro setor que atuam na construção de um país melhor”.

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Abilio Diniz

Empresa: BRF

“Eu não tenho sonho não realizado, senão teria realizado”, afirmou Abilio Diniz, no final de 2014, em uma entrevista exclusiva à FORBES Brasil. A frase, emblemática, define bem o estilo determinado, disciplinado e agressivo de um dos mais admirados e comentados empresários brasileiros. Após perder o controle do Grupo
Pão de Açúcar e deixar o negócio, Diniz deu a volta por cima e surpreendeu o mercado ao comprar ações da BRF, companhia resultante da fusão da Sadia com a Perdigão.

Em pouco tempo, foi eleito presidente do conselho de administração da gigante dos alimentos e deu início a uma revolução marcada pela chegada de Cláudio Galeazzi, o famoso CEO da reestruturação, à companhia. Mudanças importantes foram feitas na operação e, cerca de dois anos depois, o lucro da BRF explodiu. Para quem pensa que Diniz parou por aí, outra surpresa chacoalhou o mercado. O empresário que se fez no varejo supermercadista comprou, nos últimos meses, 2,4% das ações do francês Carrefour e ganhou um assento no conselho da filial brasileira.

No dia 9 de abril, uma novidade: o empresário dobrou sua participação, passando a deter 5,07% do capital social do Carrefour S.A. O movimento foi feito por sua Península (investment office da família de Diniz, que administra mais de R$ 10 bilhões em ativos), que hoje ocupa a posição de quarto maior acionista da companhia francesa, após os grupos Arnault e Motier (família Moulin) e do fundo de investimento Colony Capital. Há quem diga que a ambição de Diniz não para por aí, embora a Península garanta não ter a intenção de aumentar ainda mais sua participação no Carrefour S.A. Será?

Como já disse Diniz à FORBES Brasil, “não basta ser good, tem que ser great. Menos desculpas e mais ações. No meu vocabulário não existe a frase ‘não dá para ser bom em tudo’”, garantiu o empresário há mais de dez anos longe de cargos executivos. Mas, como o mercado mesmo presenciou, mais ativo do que nunca.

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