5 países que mais censuram a internet no Sudeste Asiático

Governos monitoram aplicativos de mensagem para rastrear os usuários

Redação
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O poder da internet foi o centro das atenções nas últimas semanas, graças à eleição presidencial dos Estados Unidos. Entretanto, enquanto os norte-americanos precisam lidar com notícias falsas e atualizações de status chatas, em muitas partes do mundo, o compartilhamento de qualquer notícia pode fazer com que a pessoa acabe na cadeia (ou aconteça algo pior). A Freedom House, uma ONG de pesquisa situada nos Estados Unidos, divulgou seu relatório anual sobre a censura ao redor do mundo, chamado de “Freedom of the Net”, na semana passada. Entretanto, os resultados gerais não foram positivos.

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A liberdade na internet diminui no mundo todo pelo sexto ano consecutivo, graças à censura e ao monitoramento de diferentes governos em aplicativos de mensagem. Embora haja lugares piores para se usar a internet do que o Sudeste Asiático, como blogs sobre liberdade religiosa na Arábia Saudita ou Bangladesh, os países do continente ainda enfrentam dificuldades para ter acesso à informação.

Veja na galeria de fotos a lista com o 5 piores países para se usar a internet no Sudeste Asiático:

  • 5º) Camboja

    No Camboja há uma grande pressão em relação ao uso da internet. O governo acessa as mensagens da população sem atrair muita atenção da mídia internacional e de ONGs. Um caso específico do país são as acusações de usuários do Facebook, como Kong Raya, de 26 anos, que recebeu uma sentença de 18 meses por pedir “uma revolução de cores para mudar o regime barato da sociedade do Camboja”. Conteúdos em inglês, entretanto, parecem não serem pegos pelo radar do país, como a contas no Twitter que fazem críticas e sátiras sobre o Primeiro-ministro Hun Sen e até o jornal regional “The Cambodia Daily”. Vale ressaltar que nesse país, é possível ser preso antes mesmo do julgamento perante um tribunal, que não hesita em condenar adversários do governo, mesmo sem provas.

    Grau de censura: parcialmente livre

  • 4º) Indonésia

    O governo da maior democracia muçulmana do mundo não aprova conteúdos LGBT na internet. Em 2014, ele pressionou o aplicativo de mensagens LINE para remover conteúdos LGBT da sua loja online, de acordo com a Freedom House. No mesmo ano, um decreto deu aos provedores de serviço de internet o poder de restringir “conteúdos negativos” que violam a segurança nacional ou a “moralidade”. A Netflix, o Reddit, a Imgur e o VIMEO são plataformas bloqueadas no país por vários motivos. A Freedom House reportou 144 casos em que os usuários da internet estão sendo processados por conteúdos online – que abrange assuntos como “postagens difamatórias” e corrupção na política.

    Grau de censura: parcialmente livre

  • 3º) Malásia

    No meio de tantos países, a liberdade na internet da população malaia está em declínio depois do governo censurar reportagens, notícias ou informações sobre o escândalo de corrupção envolvendo o Primeiro-ministro Najib Razak, acusado de roubar milhões de dólares de um fundo de investimento do governo. Os jornais “The Malaysian Insider”, “Malaysia Chronicle” e “Asian Sentinel” foram todos bloqueados por reportarem a história. Blogs, textos críticos ou cômicos sobre o Islã também podem gerar problemas para os usuários das redes sociais e da internet. No geral, a Malásia bloqueou 1.263 sites em 2015 e 399 nos primeiros dois meses de 2016, de acordo com a Freedom House.

    Grau de censura: parcialmente livre

  • 1º) Tailândia e Vietnã

    A Freedom House deu à Tailândia uma nota um pouco mais alta do que o Vietnã, mas como a reportagem foi escrita no início do ano e não levou em consideração a morte do Rei Bhumibol Adulyadej, no dia 13 de outubro, e a polêmica sobre seu herdeiro, o príncipe Maha Vajiralongkorn, ambos os países se igualam na lista. Ao escrever sobre as controvérsias, e portanto, reconhecendo a existência do problema, blogs poderiam ser censurados teoricamente na Tailândia graças à lei “lese-majesté”, que torna ilegal criticar a monarquia. As mesmas leis levaram a algumas reportagens distorcidas feitas até por agências de notícias internacionais, que só podiam mencionar que o ex-rei estava em seus “anos de crepúsculo” e não que ele estava morrendo. Tuítes, postagens no Facebook e mensagens críticas sobre o governo militar também podem acabar em detenções e prisões. O mesmo ocorre com sátiras, como o caso do grupo que gerencia uma página de humor sobre o General Prayuth Chan-ocha.

    Enquanto isso, o Vietnã tem seu próprio meio de censura da internet, o que não é surpreendente devido à liderança do Partido Comunista no país, uma organização que não aprova críticas e sátiras políticas. 15 blogueiros também estão presos desde 2015, e mais três foram sentenciados neste ano. A Freedom House reportou que os usuários de internet do Vietnã tendem a se auto-censurar, já que o governo tem uma lista pública de tópicos proibidos. Isso faz com que, geralmente, eles se distanciem automaticamente desses temas. O Facebook também já foi bloqueado no país, assim como alguns outros blogs. Ameaças também podem ocorrer fora da internet, como aconteceu com 40 blogueiros e ativistas de direitos que foram espancados por policiais em 2015, de acordo com a Human Rights Watch.

    Grau de censura: completamente bloqueada

5º) Camboja

No Camboja há uma grande pressão em relação ao uso da internet. O governo acessa as mensagens da população sem atrair muita atenção da mídia internacional e de ONGs. Um caso específico do país são as acusações de usuários do Facebook, como Kong Raya, de 26 anos, que recebeu uma sentença de 18 meses por pedir “uma revolução de cores para mudar o regime barato da sociedade do Camboja”. Conteúdos em inglês, entretanto, parecem não serem pegos pelo radar do país, como a contas no Twitter que fazem críticas e sátiras sobre o Primeiro-ministro Hun Sen e até o jornal regional “The Cambodia Daily”. Vale ressaltar que nesse país, é possível ser preso antes mesmo do julgamento perante um tribunal, que não hesita em condenar adversários do governo, mesmo sem provas.

Grau de censura: parcialmente livre

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