JBS vai de prejuízo a lucro de R$ 2 bilhões no 1º trimestre com operação nos EUA

12 de maio de 2021

A JBS, líder global na área de carnes e segunda maior indústria de alimentos do mundo, registrou lucro líquido de R$ 2 bilhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo o prejuízo de R$ 5,93 bilhões obtido no mesmo período do ano anterior, conforme balanço divulgado hoje (12)

As operações norte-americanas da companhia levaram a JBS a seu melhor desempenho para um primeiro trimestre, com recorde no lucro, receita líquida e no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, disse à Reuters o CFO e diretor de Relações com Investidores, Guilherme Cavalcanti.

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A geração de caixa medida pelo Ebitda saltou 75,8% no ano a ano, para R$ 6,88 bilhões, enquanto a receita líquida subiu 33,2% no período, para R$ 75,25 bilhões.

Todas as unidades de negócios da JBS tiveram aumento de receita no trimestre, embora as margens da Seara e da JBS Brasil tenham sido comprometidas, respectivamente, por avanço nos custos com grãos usados na ração e pela alta da arroba bovina.

“Ainda no curto prazo vemos preços bastante elevados (para grãos no Brasil). Indústria do biodiesel está forte, a Ásia importando muito… não há nada (de queda) no curtíssimo prazo. O momento é bastante desafiador”, afirmou o CEO global da JBS, Gilberto Tomazoni, sobre a concorrência na demanda por milho e farelo de soja, dois importantes componentes da ração animal.

Na pecuária, Tomazoni lembrou que, ao contrário de outras empresas do setor que suspenderam temporariamente as operações durante o último trimestre por falta de gado, a JBS decidiu manter as atividades no país e “buscar eficiência operacional”.

“O Brasil e a Austrália impactaram (o resultado trimestral) com cenário mais desafiador. Caso contrário, as margens seriam ainda melhores”, acrescentou Cavalcanti.

Isso porque, se nos pastos brasileiros falta boi, nos Estados Unidos há oferta de sobra.

Cavalcanti ressaltou que a disponibilidade de animais para abate continua favorável nos Estados Unidos, a demanda doméstica do país segue muito forte, e nas exportações a China passou a ser um destino importante para as operações, tanto na área de bovinos quanto suínos.

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“Vemos que as operações norte-americanas devem continuar performando bem… não vemos nada que indique uma reversão”, completou Tomazoni.

Ele também disse que a retomada do consumo dos EUA no food service tende a aquecer ainda mais a indústria de carnes – fato que se tornou realidade mediante o avanço da vacinação contra a Covid-19.

UNIDADES DE NEGÓCIOS

Na operação norte-americana de bovinos, a JBS USA Beef viu a receita líquida do trimestre subir 32,2%, para R$ 30,42 bilhões – o maior faturamento de todas as unidades de negócios da JBS. O Ebitda mais que dobrou, para R$ 2,73 bilhões e a margem Ebitda ajustada subiu 4,2 pontos.

Na JBS USA Pork o destaque foi o Ebitda que disparou 212,6% no ano a ano, para R$ 1,026 bilhão. A margem subiu 6,7 pontos.

Na contramão, a Seara teve queda de 5,2% no Ebitda, para R$ 932,6 milhões, e a margem baixou 5 pontos, para 11,9%. Já a receita subiu 34,4%, a R$ 7,84 bilhões, puxada por algum aumento no volume e incremento nos preços, segundo Tomazoni.

Hoje (12), reportagem da Reuters mostrou que a indústria brasileira de carnes pode estar diante de uma nova crise de insumos para ração, devido à seca que trará quebra para a segunda safra de milho.

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Questionado sobre o assunto, o CEO da JBS disse que a empresa faz um exercício permanente de avaliar as oportunidades para compra de insumos, seja dentro ou fora do país.

“É algo que não controlamos (a alta de preços dos grãos) e estamos focados em buscar posições e trabalhar dentro de casa”, afirmou Tomazoni.

Na área de bovinos, a JBS Brasil teve aumento de 41,3% na receita líquida, para R$ 11,53 bilhões, enquanto o Ebitda ajustado caiu 30,1%, para R$ 236 milhões. A margem recuou 2,1 pontos.

RECOMPRA

Ainda hoje (12), a JBS informou em fato relevante que seu conselho de administração aprovou um novo plano de recompra de ações que permite a aquisição de até 10% dos papéis da companhia em circulação. O prazo máximo para realização das aquisições é de 18 meses, a partir desta data.

Atualmente existem 1,37 bilhão de ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, de emissão da companhia em circulação e 41,19 milhões em tesouraria. (Com Reuters)


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